Hérnias da parede abdominal nos pacientes em uso de diálise peritoneal ambulatorial contínua
DOI:
https://doi.org/10.52076/eacad-v3i2.148Palavras-chave:
Hérnias da parede abdominal; Diálise peritoneal; Técnica de Lichtenstein.Resumo
Cateteres de diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC) são indicados para pacientes com insuficiência renal em estágio terminal que necessitam de diálise e que não podem realizar a hemodiálise convencional. A diálise peritoneal (DP) utiliza o cateter para infundir o produto da diálise e para eliminar solutos e fluidos excessivos do organismo. Uma das complicações da DP é a hérnia da parede abdominal, a qual ocorre pelo aumento da pressão intra-abdominal causada pelo dialisato e pela deterioração do tecido da parede abdominal. O procedimento de escolha para as hernioplastias é a tela livre de tensão, por diminuir a morbidade pós-cirúrgica e garantir qualidade de vida ao indivíduo com insuficiência renal terminal. Desse modo, o objetivo do estudo é discorrer sobre as hérnias da parede abdominal em pacientes em DPAC. Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, que utilizou as plataformas PubMed, SciELO e Cochrane Library como bases de dados para a seleção dos artigos científicos, na língua inglesa. De acordo com as literaturas analisadas, conclui-se que pacientes com insuficiência renal em uso de DPAC são propensos a desenvolverem hérnias da parede abdominal devido a um aumento da pressão intra-abdominal por conta do dialisato e da deterioração do tecido da parede abdominal, sendo possível a piora da função renal. A técnica cirúrgica mais apropriada foi a de Lichtenstein, embora haja discordâncias na literatura, visto que o acoplamento lateral assistido roboticamente por reparo totalmente extraperitoneal (eTEP), pelo menos para a hernioplastia umbilical, foi considerada a de melhor prognóstico.
Referências
Alferes, D., Almeida, C., Carmo, R., Lopes, D., Carlos Fernandes, J., Marta Gomes, A., & Clara Almeida, M. (2022). MO674: Risk Factors for Abdominal Wall Hernias in Peritoneal Dialysis Patients. Nephrology Dialysis Transplantation, 37(Supplement_3), gfac078-011.
Bauer, K., Heinzelmann, F., Vogel, R., Büchler, P., & Mück, B. (2021). Robotically assisted enhanced-view totally extraperitoneal repair (eTEP) of a recurrent umbilical hernia in a patient with peritoneal dialysis. GMS Interdisciplinary plastic and reconstructive surgery DGPW, 10, Doc08. https://doi.org/10.3205/iprs000158
Boyer, A., Bonnamy, C., Lanot, A., Guillouet, S., Béchade, C., & Recorbet, M. (2020). How to manage abdominal hernia on peritoneal dialysis?. Nephrologie & Therapeutique, 16(3), 164-170.
Chi, Q., Shi, Z., Zhang, Z., Lin, C., Liu, G., & Weng, S. (2020). Inguinal hernias in patients on continuous ambulatory peritoneal dialysis: is tension-free mesh repair feasible?. BMC surgery, 20(1), 310. https://doi.org/10.1186/s12893-020-00979-2
Crabtree, J. H. (2006). Selected best demonstrated practices in peritoneal dialysis access. Kidney International, 70, S27-S37.
Del Peso, G., Bajo, M. A., Costero, O., Hevia, C., Gil, F., Díaz, C., ... & Selgas, R. (2003). Risk factors for abdominal wall complications in peritoneal dialysis patients. Peritoneal dialysis international, 23(3), 249-254.
García-Ureña, M. Á., Rodríguez, C. R., Ruiz, V. V., Hernández, F. J. C., Fernández-Ruiz, E., Gallego, J. M. V., & García, M. V. (2006). Prevalence and management of hernias in peritoneal dialysis patients. Peritoneal dialysis international, 26(2), 198-202.
Gloor, H. J., Nichols, W. K., Sorkin, M. I., Prowant, B. F., Kennedy, J. M., Baker, B., & Nolph, K. D. (1983). Peritoneal access and related complications in continuous ambulatory peritoneal dialysis. The American Journal of Medicine, 74(4), 593-598.
Horvath, P., Königsrainer, A., Mühlbacher, T., Thiel, K., & Thiel, C. (2020). Hernia repair and simultaneous continuous ambulatory peritoneal dialysis (CAPD) catheter implantation: feasibility and outcome. Hernia, 24(4), 867-872.
Khatami, S. M., Mehrvarz, S., Akhavan-Moghadam, J., Khoshmohabat, H., Gholizadeh, H., Hosseinzade, Y., & Babaei, M. J. (2021). Comparison of complications of surgical repair in inguinal hernia with Bassini, Lichtenstein, and preperitoneal methods. Romanian Journal of, 125(1), 61.
Lovell, J. (2021). Peritoneal Dialysis Catheters. Emergency Management of the Hi‐Tech Patient in Acute and Critical Care, 63-69.
Luk, Y., Li, J. Y. Y., Law, T. T., Ng, L., & Wong, K. Y. (2020). Tension-free mesh repair of inguinal hernia in patients on continuous ambulatory peritoneal dialysis. Peritoneal Dialysis International, 40(1), 62-66.
Martínez-Mier, G., Garcia-Almazan, E., Reyes-Devesa, H. E., Garcia-Garcia, V., Cano-Gutierrez, S., Fermin, R. M. Y., ... & Mendez-Machado, G. F. (2008). Abdominal wall hernias in end-stage renal disease patients on peritoneal dialysis. Peritoneal dialysis international, 28(4), 391-396.
Mihalache, O., Doran, H., Mustăţea, P., Bobircă, F., Georgescu, D., Bîrligea, A., ... & Pătraşcu, T. (2018). Surgical complications of peritoneal dialysis. Chirurgia (Bucur), 113(5), 611-24.
Nobakht, N., Romero, J. C., & Yin, X. (2021). Peritoneal Dialysis in Special Situations. In Applied Peritoneal Dialysis (pp. 259-271). Springer, Cham.
O’Connor, J. P., Rigby, R. J., Hardie, I. R., Wall, D. R., Strong, R. W., Woodruff, P. W., & Petrie, J. J. (1986). Abdominal hernias complicating continuous ambulatory peritoneal dialysis. American journal of nephrology, 6(4), 271-274.
Rocco, M. V., & Stone, W. J. (1985). Abdominal hernias in chronic peritoneal dialysis patients: a review. Peritoneal Dialysis International, 5(3), 171-174.
Shah, H., Chu, M., & Bargman, J. M. (2006). Perioperative management of peritoneal dialysis patients undergoing hernia surgery without the use of interim hemodialysis. Peritoneal Dialysis International, 26(6), 684-687.
Tom, C. M., Dubina, E. D., Simms, E. R., De Virgilio, C., & Moazzez, A. (2018). Outcomes of combined hernia repair and peritoneal dialysis catheter placement: a NSQIP analysis. The American Surgeon, 84(10), 1604-1607.
Zeiler, M., & Granata, A. (2021). Peritoneal Dialysis Catheter. In Imaging in Nephrology (pp. 251-267). Springer, Cham.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Gustavo Soares Gomes Barros Fonseca; Giovanna Maria Pacheco Barroso Maia; Melissa Clementino Sousa; João Víctor Pacheco Florentino; Lorena Barros Dias; Camilla Menezes de Carvalho; Felipe Ramos Caldeira; Gabriel Neves Ezon Ferraz; Vitória Rios Bandeira Castro; Vinícius Raposo de Sousa Lima; João Pedro de Araújo Carvalho; Ana Valéria Brandão de Sá Costa; Isabella de Lacerda Lima; Juliana Pessoa Ferreira; Sávio de Sá Hipólito; Guilherme Sousa Martins; Adriano Araujo de Almeida Costa ; Letícia Destêrro e Silva Moreira Lima; Mariana Santos Lopes; Vitor Figueiredo Aguiar; Larissa Rocha Brasil; Roberto Augusto Lopes Cajubá de Britto; Ayla Cristina Duarte Neiva; Hugo Cavalcanti de Oliveira Melo; Luciene Cipriano de Andrade; Rillary Maxine Sales Oliveira; Isadora Lima Pereira; Kivia Ariana Rodrigues Vieira; Natália Miranda Machado; Elizabeth Cristina de Carvalho Noleto; Jonhnny Welton Feitosa Melo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.