Perspectiva de atuação dos Agentes Comunitários de Saúde nas Políticas Públicas na Atenção Primária em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.52076/eacad-v5i3.560Palavras-chave:
Políticas Públicas de Saúde; Agentes Comunitários de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Administração em Saúde Pública.Resumo
Este estudo explora os desafios enfrentados pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na implementação de políticas públicas de saúde na atenção primária em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. O objetivo foi identificar os principais obstáculos sob a perspectiva dos profissionais de uma unidade de saúde do município. Com base em uma abordagem qualitativa, o estudo integra pesquisa bibliográfica, estudo de caso e pesquisa de campo. A coleta de dados primários foi realizada por meio de um questionário online aplicado a 23 ACS, representando 71,88% da população total da unidade investigada. Os resultados revelam que a precariedade das condições de trabalho, a falta de recursos materiais e a burocratização excessiva impactam diretamente a qualidade dos serviços prestados. Os resultados evidenciam desafios significativos, incluindo infraestrutura inadequada, falta de transporte apropriado para visitas domiciliares, insuficiência de profissionais e alta rotatividade nas equipes de saúde. A capacitação insuficiente e a falta de educação continuada foram identificadas como barreiras para a eficácia das ações dos agentes. Problemas de comunicação e colaboração entre os ACS e outros profissionais de saúde também foram relatados, assim como a falta de reconhecimento institucional. Apesar disso, os ACS expressaram sentir-se valorizados pela comunidade atendida. O estudo conclui que é necessária uma abordagem integrada para melhorar as condições de trabalho, oferecer capacitação contínua e reconhecer o papel fundamental dos ACS na implementação de políticas públicas de saúde, visando um sistema de saúde mais eficiente e humanizado na atenção primária em Nova Iguaçu.
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