Avaliação da incidência de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e sua relação com a espessura do Complexo Médio-intimal: Estudo Retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.52076/eacad-v4i2.464Palavras-chave:
Ultrassonografia das artérias carótidas; Estenose carotídea; AVC isquêmico.Resumo
Introdução: As artérias carótidas são importantes ramos responsáveis pela vascularização e fornecimento de fluxo sanguíneo ao cérebro. Alterações patológicas nessas artérias, ocasionadas pela doença aterosclerótica, podem promover o espessamento do complexo médio-intimal e aumentar o risco de doenças cerebrovasculares. Objetivo: analisar se a espessura do complexo médio-intimal possui relação com a incidência de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi). Metodologia: Foram analisados retrospectivamente 208 prontuários de pacientes, de janeiro de 2021 a julho 2022. Posteriormente, foi desenvolvido um estudo com base na análise dos laudos de exames de Eco Doppler das artérias carótidas dos pacientes visando à avaliação do complexo médio-intimal e sua relação com a incidência de AVCi. Resultado: Dos 208 pacientes avaliados, 8 pacientes apresentaram AVCi e 143 pacientes não AVCi. Entre os 208, 69 (33%) pacientes possuíam um CMI > 0,8mm na ACC, e 139 (67%) pacientes um CMI < 0,8 mm na ACC. Com relação aos pacientes que não apresentaram estenose, 3,6% evoluíram com AVCi. Dos pacientes que possuíam estenose, 4,3% evoluíram com AVCi. Nesse caso, não houve uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos pelo Teste de Fisher (valor p = 1). Além disso, os valores do CMI da ACC direita e esquerda não apresentaram um efeito preditivo estatisticamente significativo sobre a probabilidade de desenvolver AVCi. Conclusão: O estudo observou que a espessura do comlexo médio-intimal não representou um preditor do risco futuro de AVCi.
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