Conselhos de Escolas do Ensino Secundário em Moçambique: Entre as orientações estratégicas, as ficções partilhadas e a legitimação da ação – um estudo de caso
DOI:
https://doi.org/10.52076/eacad-v5i3.573Palavras-chave:
Conselho de Escola; Direção estratégica; Participação; Democratização; Ambiguidade; Ensino.Resumo
O objetivo do presente artigo é apresentar um estudo sobre os Conselhos de Escolas do Ensino Secundário em Moçambique tendo em conta as orientações estratégicas, as ficções partilhadas e a legitimação da ação. Realizou-se um estudo de caso por meio do paradigma fenomenológico-interpretativo assente na abordagem qualitativa de natureza descritiva, com participação de membros do CE e membros da comunidade escolar não pertencentes ao CE – professores; alunos, pais e/ou encarregados de educação, selecionados intencional e por conveniência em função dos diferentes estratos socioprofissionais da escola, cuja recolha de dados empíricos foi feita com recurso às técnicas de entrevista semiestruturada, consulta documental, observação e a análise dos dados foi feita através da análise de conteúdo. Colhidos os dados, concluiu-se que o CE se orienta à margem das orientações e lógicas de um órgão de direção estratégica escolar, pois, carateriza-se por seguir orientações e realizar ações orientadas à excessiva burocracia, hipocrisia e ambiguidade nos processos, funcionando, assim, num sistema debilmente articulado como uma ficção necessária para a legitimação de um sistema tendencialmente centralizado.
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