Prevalência de Streptococus agalactiae em gestantes do município de Maringá-Paraná: um estudo retrospectivo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52076/eacad-v3i3.308

Palavras-chave:

Diagnóstico laboratorial; Gestação; Streptococus Agalactiae.

Resumo

Streptococcus agalactiae são bactérias gram-positivas que podem estar presentes na microbiota humana, colonizando principalmente os tratos geniturinário e intestinal, sem necessariamente causar sintomas. A colonização de gestante pelos EGB possui ampla relevância médica por estar associada a alto risco de transmissão vertical e relacionada a graves complicações perinatais, tanto para a gestante, quanto para o concepto. O Objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência da colonização por S. agalactiae em gestantes que realizaram o pré-natal pelo Sistema Único de Saúde em Maringá entre os anos de 2017 e 2020. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, retrospectivo, do tipo transversal realizado no Laboratório Central de Análises Clínicas da secretaria de saúde de Maringá com os resultados provenientes dos exames laboratoriais para a pesquisa de EGB nas gestantes. No período analisado, 1.186 gestantes foram testadas e a cultura para EGB esteve positiva em pelo menos uma das amostras (vaginal e/ou perianal) em 205 casos, com uma variação na taxa de prevalência entre os anos de 13,8% a 24,4%, totalizando, nesse recorte temporal, uma prevalência de 17,2%. Observou-se ainda, uma estabilidade na taxa de prevalência em todas as faixas etárias analisadas, sendo identificado um pequeno aumento na prevalência entre as gestantes com 40 anos ou mais. Conclui-se que o S. agalactiae é prevalente no município de Maringá- Paraná com taxas de prevalência similares a outros municípios brasileiros. Nossos achados são importantes para que equipes de saúde, sobretudo aquelas que atuam na assistência pré-natal, se conscientizem sobre este importante problema de saúde pública.

Referências

Abichabki, N.L.M. (2019). Importância do streptococcus agalactiae como agente etiológico de meningite neonatal. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização-Vigilância Laboratorial em Saúde Pública)-Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, CEFOR/SUS-SP, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 40 p.

ACOG (1996). Committee opinion. Prevention of early-onset group B streptococcal disease in newborns. Int J Gynaecol Obstet. 1996; 54:197-205. https://doi.org/10.1016/S0020-7292(96)900833.

Armas Fernández, A., Toraño Peraza, G., Medina Hernández, D., Orcasitas Alegría, A. M., & Fragoso Simón, R. (2018). Colonización recto/vaginal por Streptococcus agalactiae en gestantes cubanas. Revista Cubana de Medicina Tropical, 70(3), 27-37.

Barbosa, T. D. F., & de Freitas Lima, L. (2017). Doença neonatal associada ao estreptococo do Grupo B. Revista Saúde.com, 13(4),33-38.

Barros, R. R., Jobst, R. M. S., de Souza, A. F., de Melo, A. L., & de Mondino, S. S. B. (2015). Avaliação da colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes de alto risco atendidas em Niterói-RJ, Brasil. Revista de Patologia Tropical, 44(4), 386-394.

Bekele, H., Debella, A., Getachew, T., Balis, B., Tamiru, D., Eyeberu, A., ... & Shiferaw, K. (2022). Prevalence of Group B Streptococcus Recto-Vaginal Colonization, Vertical Transmission, and Antibiotic Susceptibility Among Pregnant Women in Ethiopia: A Systematic Review and Meta-Analysis. Frontiers in public health, 10, 851434.

Bianchi-Jassir, F., Seale, A. C., Kohli-Lynch, M., Lawn, J. E., Baker, C. J., Bartlett, L., ... & Rubens, C. E. (2017). Preterm birth associated with group B Streptococcus maternal colonization worldwide: systematic review and meta-analyses. Clinical Infectious Diseases, 65(suppl_2), S133-S142.

Botelho, A. C. N., Oliveira, J. G., Damasco, A. P., Santos, K. T., Ferreira, A. F. M., Rocha, G. T., ... & Teixeira, L. M. (2018). Streptococcus agalactiae carriage among pregnant women living in Rio de Janeiro, Brazil, over a period of eight years. PLoS One, 13(5), e0196925.

Brasil. (2010). Ministério da Saúde. Atenção à Gestante e à Puérpera no SUS – SP: Manual Técnico do Pré-natal e Puerpério. Secretaria da Saúde. São Paulo. Coordenadoria de Planejamento em Saúde. Assessoria Técnica em Saúde da Mulher, p. 234, 2010. https://www.portaldaenfermagem.com.br › downloads.

Brasil. (1996). Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, Diário Oficial da União, 16 out. 1996.

Brigtsen, A. K., Jacobsen, A. F., Dedi, L., Melby, K. K., Espeland, C. N., Fugelseth, D., & Whitelaw, A. (2022). Group B Streptococcus colonization at delivery is associated with maternal peripartum infection. Plos one, 17(4), e0264309.

Capellin, G., Rodrigues, A. D., & Bortolini, G. V. (2018). Prevalência de Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em clínicas particulares em Caxias do Sul/RS. Journal of Health & Biological Sciences, 6(3), 265-268.

Carvalho, E. V., de Paula Costa, F., dos Santos, R. A. J., Myrrha, C. B., de Freitas Garbero, R., de Andrade, M. S., ... & Braz, M. R. (2018). Prevalência de estreptococos do Grupo B em gestantes no município de Valença. Cadernos UniFOA, 13(36), 129-136.

CDC. (2019). Prevention of perinatal group B streptococcal disease: revised guidelines from CDC, 2010 [Internet]. Atlanta: Centers for Disease Control and Prevention. Centers For Disease Control And Prevention (CDC). https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5910a1.htm

Cho, C. Y., Tang, Y. H., Chen, Y. H., Wang, S. Y., Yang, Y. H., Wang, T. H., ... & Jeng, M. J. (2019). Group B Streptococcal infection in neonates and colonization in pregnant women: An epidemiological retrospective analysis. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, 52(2), 265-272.

Deng, L., Mu, R., Weston, T. A., Spencer, B. L., Liles, R. P., & Doran, K. S. (2018). Characterization of a two-component system transcriptional regulator, LtdR, that impacts group B streptococcal colonization and disease. Infection and immunity, 86(7), e00822-17.

Edwards, M.S.; Baker, C.J. (2020). Streptococcus agalactiae (Group B Streptococci). Bennet J, Dolin R, Blaser M. Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. 9th ed. Philadelphia, PA: Elsevier, p. 2205-251, 2020.

Fedozzi, M. M., & Almeida, J. F. M. (2021). Incidência de Streptococcus ß-Hemolítico em Gestantes do Município de Campinas, São Paulo. Rev. bras. anal. clin, 264-270.

Goins, W. P., Talbot, T. R., Schaffner, W., Edwards, K. M., Craig, A. S., Schrag, S. J., ... & Griffin, M. R. (2010). Adherence to perinatal group B streptococcal prevention guidelines. Obstetrics and gynecology, 115(6), 1217.

Kwatra, G., Cunnington, M. C., Merrall, E., Adrian, P. V., Ip, M., Klugman, K. P., ... & Madhi, S. A. (2016). Prevalence of maternal colonisation with group B streptococcus: a systematic review and meta-analysis. The Lancet Infectious Diseases, 16(9), 1076-1084.

Li, S., Wen, G., Cao, X., Guo, D., Yao, Z., & Ye, X. (2018). Molecular characteristics of Streptococcus agalactiae in a mother-baby prospective cohort study: implication for vaccine development and insights into vertical transmission. Vaccine, 36(15), 1941-1948.

Lima TM, Teles LMR, Oliveira AS, Campos FC, Barbosa RCC, Pinheiro AKB, et al. Corrimentos vaginais em gestantes: comparação da abordagem sindrômica com exames da prática clínica da enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2013 dez; 47(6):1265-71

Martins, B. L., Jacob, T., & De Oliveira, C. (2017). Prevalência de Streptococcus agalactiae em secreção vaginal de gestantes atendidas em um laboratório de análises clínicas do interior do estado de são Paulo. Salusvita, 36(3), 695-707.

Melo, S. C. C. S. D., Costa, A. B., Silva, F. T. R. D., Silva, N. M. M. G., Tashima, C. M., Cardoso, R. F., ... & Pelloso, S. M. (2018). Prevalence of Streptococcus agalactiae colonization in pregnant women from the 18 th Health Region of Paraná State. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 60.

Morguette, A. E. B., Biasi-Garbin, R. P., Otaguiri, E. S., Perugini, M. R. E., Pelisson, M., Carrara-Marroni, F. E., ... & Yamada-Ogatta, S. F. (2018). Prevalence and antimicrobial susceptibility profile of Streptococcus agalactiae in pregnant women seen at the University Hospital of Londrina, Paraná, Brazil. Semina cienc. biol. saude, 77-84.

Mota, G. A., de Prince, K. A., Lafetá, B. N., França, D. S., & Rocha, M. F. (2020). Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes Prevalence of colonization by Streptococcus agalactiae in pregnant women. Braz. J. of Develop, 6(7), 45611-45620.

Nascimento, C.S. (2019). Streptococcus agalactiae - Distribuição sorotípica e relação com fatores de virulência e resistência antimicrobiana. 2019, 67f. Dissertação (Mestrado em Fisiopatologia). Faculdade de Ciências farmacêuticas USP- São Paulo.

Nauto-Ccorihuaman, E. J. (2019). Streptococcus agalactiae en gestantes de 35 a 37 semanas que acuden a control prenatal en el instituto nacional materno perinatal. Revista Peruana de Investigación Materno Perinatal, 8(4), 25-29.

Nunes, R. D., Cesconeto, M. C., & Siqueira, I. R. (2015). Avaliação da prevalência e dos fatores associados à colonização por Streptocccocus Beta Hemolítico na gestação. Arquivos Catarinenses de Medicina, 44(3), 53-65.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.

Phares, C. R., Lynfield, R., Farley, M. M., Mohle-Boetani, J., Harrison, L. H., Petit, S., ... & Schrag, S. J. (2008). Active Bacterial Core surveillance/Emerging Infections Program N. 2008. Epidemiology of invasive group B streptococcal disease in the United States, 1999-2005. JAMA, 299(17), 2056-2065.

Raabe, V. N., & Shane, A. L. (2019). Group B streptococcus (Streptococcus agalactiae). Microbiology spectrum, 7(2), 7-2.

Ribeiro, E. A., Tomich, G. M., de Almeida Costa, B., & de Oliveira, R. A. (2021). Streptococcus agalactiae: colonização de gestantes de alto risco em um hospital regional da Amazônia brasileira e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 12, 9-9.

Rosen, G. H., Randis, T. M., Desai, P. V., Sapra, K. J., Ma, B., Gajer, P., ... & Ratner, A. J. (2017). Group B Streptococcus and the vaginal microbiota. The Journal of infectious diseases, 216(6),744-751.

Sama, L. F., Noubom, M., Kenne, C., Tchouangueu, T. F., Ngouateu, O. B., Atsamo, A. D., ... & Tume, C. B. (2021). Group B Streptococcus colonisation, prevalence, associated risk factors and antimicrobial susceptibility pattern among pregnant women attending antenatal care at Dschang District Hospital, West Region of Cameroon: A hospital‐based cross‐sectional study. International Journal of Clinical Practice, 75(10), e14683.

Santana, F. Z., Cruz, C. N. R., Silva, G. A. S., Carvalho, G. B. D., Paula, C. C. D., & Casanova, M. D. S. (2017). Protocolo de prevenção para gestantes: infecção neonatal precoce por estreptococos do grupo b. CuidArte, Enferm, 12(1), 279-286.

Santos, D. N., de Andrade, E. M., Santana, M. A. F., de Santana Dantas, P., da Silva, R. M., & das Graças Lima, S. (2019). Coleta de exame com Swab na região anal e vaginal em gestantes. Revista Remecs-Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, 45-45.

Scholl, J., Nasioudis, D., Boester, A., Speleotes, M., Grunebaum, A., & Witkin, S. S. (2016). Group B streptococcus alters properties of vaginal epithelial cells in pregnant women. American journal of obstetrics and gynecology, 214(3), 383-e1.

Schrag, S. J., Farley, M. M., Petit, S., Reingold, A., Weston, E. J., Pondo, T., ... & Lynfield, R. (2016). Epidemiology of invasive early-onset neonatal sepsis, 2005 to 2014. Pediatrics, 138(6), 111-119.

Searns, J., Cataldi, J. R., McCormack, K., Simões, E., Messacar, K., & Dominguez, S. R. (2019). A 4-Year-Old Boy With an Unusual Bacterial Meningitis Infection. Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society, 8(3), 282-283.

SSM. (2014). Saúde apresenta programa Mãe Maringaense 2013. Secretaria Municipal de Saúde de Maringá. Acesso em: 11 de dezembro de 2014. http://www.maringa.pr.gov.br/site//index.php?sessao=fe1cea509a55fe&id=19021.

Shane, A. L., Sánchez, P. J., & Stoll, B. J. (2017). Neonatal sepsis. The lancet, 390(10104), 1770-1780.

Szylit, N. A., Malburg, F. L., Piccinato, C. D. A., Ferreira, L. A. D. P., Podgaec, S., & Zlotnik, E. (2019). Prevalence of rectovaginal colonization by group B Streptococcus in pregnant women seen at prenatal care program of a health organization. Einstein (São Paulo), 18.

Tesser, L., von Ameln Lovison, O., & Cattani, F. (2018). Estudo retrospectivo sobre a prevalência de Streptococcus agalactiae em gestantes em um município do interior do Rio Grande do Sul, Brasil. Clinical & Biomedical Research, 38(2).

Downloads

Publicado

28/10/2022

Como Citar

Casu , K., & Ferreira, F. M. D. . (2022). Prevalência de Streptococus agalactiae em gestantes do município de Maringá-Paraná: um estudo retrospectivo. E-Acadêmica, 3(3), e2833308. https://doi.org/10.52076/eacad-v3i3.308

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas