Desabamento da pirâmide nasal em paciente com hanseníase Virchowiana: um relato de caso que mostra como a hanseníase ainda é negligenciada no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52076/eacad-v4i1.283

Palavras-chave:

Hanseníase Virchowiana; Manifestações cutâneas; Doenças negligenciadas; Dermatologia.

Resumo

Esse trabalho tem por objetivo relatar e colocar em pauta, o caso de um paciente de 44 anos de idade, sexo masculino, lavrador, que recebeu atendimento no Ambulatório em Altos-PI, onde este apresentava sequelas graves de um diagnóstico tardio de Hanseníase, dentre elas estão em destaque o desabamento da pirâmide nasal, inúmeras deformidades e grau 2 de incapacidade física. Por meio das análises clínicas, a equipe de atendimento chegou a hipótese diagnóstica de Hanseníase Virchowiana associada a Reação hansênica tipo 1 com grau 2 de incapacidade. Desse modo, o tratamento com poliquimioterapia multibacilar e corticoterapia foram iniciados de imediato. O presente caso então, dentre suas inúmeras manifestações traz um alerta a negligência e atraso diagnóstico importante da hanseníase, uma doença milenar, no Brasil, ainda no século 21. Ademais, fica clara a necessidade do conhecimento médico quanto ao reconhecimento e tratamento precoce da hanseníase para que o paciente não evolua com sequelas e tenha sua qualidade de vida prejudicado.

Referências

Abraçado, M. F. S., Cunha, M. H. C. M., & Xavier, M. B. (2015). Adesão ao tratamento de hanseníase em pacientes com episódios reacionais hansênicos em uma unidade de referência. Rev Pan-Amaz Saude 6(2):23-28.

Alfaragi M, Ahmed F, Osman W, Mustafa I, Almustafi I, Dawoud R, Alrashdi F. Challenges related to the cases of lepromatous leprosy: a report of two cases. Pan Afr Med J. 41:35. 10.11604/pamj.2022.41.35.32318.

Azulay, R. D. & azulay, L. (2017). Dermatologia. Guanabara-Koogan,ed 7.

Cavalcante, M. D. M. A., Larocca, L. M., & Chaves, M. M. N. (2020). Múltiplas dimensões da gestão do cuidado à hanseníase e os desafios para a eliminação. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/4jrQX4VdKHS9TbdctmBcJPS/?lang=pt.

Cruz, R. C. D. S., Buhrer-Sékula, S., Penna, M. L. F., Penna, G. O., & Talhari, S. (2017). Leprosy: current situation, clinical and laboratory aspects, treatment history and perspective od=f the uniform multidrug therapy for all patients. https://www.scielo.br/j/abd/a/DthxDqqZjvNxJZDBQrk4ktn/?lang=en&format=html.

Julio, M. V. R. F., Nardi, S. M. T., Pedro, H. D. S. P., & Paschoal, V. D. A. (2010.) Evolução das Lesões Nasais em Pacientes com Hanseníase. Hansen Int 2010; 35 (1): 29-35.

Lastória, J. C. & Abreu, M. A. M. M. (2012). Hanseníase: diagnóstico e tratamento. Diagn Tratamento. 17(4):173-9.

Ministério da Saúde. (2017). Guia Prático Sobre a Hanseníase (5-10/10/2021). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf

Organização Mundial da Saúde. (2016). Estratégia Global para Hanseníase 2016-2020: Aceleração rumo a um mundo sem hanseníase. https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/208824/9789290225201-pt.pdf.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM.

Ribeiro, M. D. A., Silva, J. C. A., & Oliveira, S. B. (2018). Estudo epidemiológico da hanseníase no Brasil: reflexão sobre as metas de eliminação. Revista Panam Salud Publica. 42:e42. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.42.

Rojas-Caraballo, N., Álvarez-Borjas, J., Lagos-Ordoñez, K. J., Aroche-Domínguez, M. E., & Laffita-Núñez, M. (2020). Caracterización de la lepra en el municipio de Guantánamo en el periodo 2015-2019. http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-99332020000500435&lng=es&tlng=es.

Sampaio, S. A. P. & Rivitti, E. A. (2018). Dermatologia. Porto Alegre: Artes Médicas, ed 4.

Silva, V. P. M. D., Fonseca, H. H. R., Sens, M. M., & Bender, A. T. (2013). Hanseníase indeterminada e caso índice virchowiano: quatro casos na mesma família. Anais Brasileiros Dermatologia. 88(6 Supl 1):S105-8.

Silvestre, M. P. S. A & Lima, L. N. G. C. (2016). Hanseníase: considerações sobre o desenvolvimento e contribuição (institucional) de instrumento diagnóstico para vigilância epidemiológica. Rev Pan-Amazônica de Saúde, ed 7.

White, C., & Franco-Paredes, C. (2020). Leprosy in the 21st Century. https://journals.asm.org/doi/10.1128/CMR.00079-13.

Kumar B, Mehta H, Narang T, & Dogra S. (2022) A critical appraisal of the ENLIST severity scale for erythema nodosum leprosum. PLoS Negl Trop Dis. 16(4):e0010378. 10.1371/journal.pntd.0010378.

Fachler T, Olshtain-Pops K, & Horev L. (2022) Erythema nodosum leprosum post-COVID-19 vaccination: endemic while pandemic. J Eur Acad Dermatol Venereol. 36(7):e505-e506. 10.1111/jdv.18035.

Góes L. D. M., Morais P. M., Rebello, P. F. B., & Schettini, A. P. M. (2022) Necrotic erythema nodosum reaction associated with histological alterations of Lucio's phenomenon. An Bras Dermatol. 97(2):231-235. 10.1016/j.abd.2020.09.016.

Frade, M. A., Coltro, P. S., Bernardes-Filho, F., Horácio, G. S., Neto, A. A., da Silva, V. Z., et al. (2022) Fenômeno de Lucio: Uma revisão sistemática da literatura sobre definição, características clínicas, histopatogenia e manejo. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 88:464-77.

Downloads

Publicado

23/04/2023

Como Citar

Melo, A. C. C. F. de S. ., Azevedo, R. L. F. de ., Azevedo , M. V. C. de ., Melo, J. C. F. de S. ., Paz, A. C. da ., Leal , M. L. M. ., & Lages, M. K. A. B. . (2023). Desabamento da pirâmide nasal em paciente com hanseníase Virchowiana: um relato de caso que mostra como a hanseníase ainda é negligenciada no Brasil . E-Acadêmica, 4(1), e2741283. https://doi.org/10.52076/eacad-v4i1.283

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Biológicas